A menos de uma semana da eleição no país, os investidores começam a segunda-feira com volatilidade no mercado através da alta do dólar, queda no índice da bolsa de valores brasileira (Ibovespa) e o impacto nos juros futuros, em alta ao longo de toda a estrutura a termo da curva. Na agenda macroeconômica da semana, o cenário doméstico engloba a divulgação de indicadores como o IPCA-15, IGP-M, decisão da Selic e dados do mercado de trabalho e, no cenário internacional, prévia do PIB dos EUA e PCE de setembro.
Começando pela prévia do IPCA de outubro, a expectativa do mercado é de inflação, com alta na cesta do consumidor em 0,05% na passagem do mês, após dois meses consecutivos de deflação no IPCA-15. A partir dessa divulgação, os investidores deverão observar se as pressões inflacionárias continuam em queda, com arrefecimento dos núcleos de inflação e do índice de difusão. Caso se confirme, o efeito na política monetária deverá ganhar força com a manutenção da Selic, na quarta-feira e nas próximas reuniões.
Neste cenário, com o mercado apostando majoritariamente na manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%, a mensagem do Copom deverá enaltecer os riscos que o cenário internacional traz para a economia brasileira, como a inflação e o aumento de juros. Além disso, os dados do mercado de trabalho que serão divulgados nesta semana, como o CAGED e a PNAD para a economia brasileira deverão continuar apontando melhora, o que consequentemente traz riscos para a inflação de demanda. Neste contexto, os dois fatos mencionados fortalecem a tese de manutenção dos juros no atual patamar por um período maior.
No âmbito internacional, na quinta-feira a expectativa é de alta de 2,4% da taxa anualizada do PIB americano para o terceiro trimestre, descartando a recessão técnica observada após a atividade econômica do país recuar por dois trimestres consecutivos. Além disso, os dados do PCE, o índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal e um dos principais balizadores para a decisão dos juros americanos, deverá mostrar alta de 0,3% no comparativo mensal. Neste cenário, os dados americanos levam para expectativas de continuidade de aumento dos Fed Funds nas próximas reuniões do ano.
Cenário Macro e investimentos
Para o investidor, o cenário doméstico tem se delineado com a manutenção da Selic e volatilidade, ainda que de curto prazo explicada pelo período eleitoral, mas que trazem oportunidades nos investimentos de renda fixa como os pré-fixados visando o próximo ciclo de corte dos juros. Já no mercado internacional, os efeitos do aumento de juros deverão ser observados no arrefecimento da inflação assim como na atividade econômica a partir deste quarto trimestre, trazendo desafios para as empresas de crescimento, assim como as cíclicas.