No resumo econômico desta semana verificamos que não foi preciso um discurso muito completo para vermos que os estímulos econômicos têm trazido bons números, tanto para o mercado de capitais assim como para a economia real. Afinal, para bom entendedor, meia palavra basta!
Nesse ínterim, trago os principais dados econômicos divulgados nesta semana, tanto para Brasil quanto internacionalmente, que são:
- IPG-M
- Confiança da Industria
- Mercado de Trabalho
- Contas Públicas
- Produção Industrial
- PMI
Brasil
A semana começou com a divulgação do IGP-M que teve um significativo aumento no período de apuração, subindo para 1,56% ante 0,28% observado na última apuração. Em suma, pode-se justificar o resultado pela observação do aumento dos preços dos combustíveis para consumo no índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o qual tem um peso de 60% no índice geral.
Também divulgado pela FGV o Índice de Confiança da Industria (ICI) que teve aumento de 16,2 pontos em junho, chegando aos 77,6 pontos. Neste contexto, um ponto importante foi indicador de produção prevista, que passou de 46,9 pontos para 82,9 pontos no mês, o que, à primeira vista, sinaliza que há expetativas para aumento da produção no terceiro trimestre.
Por fim, a produção industrial aumentou 7,0% em maio frente a abril, mês em que houve uma queda de 18,8% de acordo com o IBGE. Já na comparação interanual, houve queda de 21,9%, acumulando no ano um recuo de 11,2%.
Neste contexto, o resultado da alta na produção de maio reflete a baixa produção nos dois meses anteriores em que houve paralisação das atividades industriais frente às medidas de isolamento social adotadas no país. Em síntese, o avanço da produção foi geral, com destaque para bens duráveis, aumento de 92%.
Contas Públicas e Desemprego
Falando sobre os efeitos da pandemia na economia, os dados das contas públicas mostraram o aumento significativo em maio dos gastos do governo, com déficit primário em R$ 131,4 bilhões ante R$ 13 bilhões observados no mesmo mês do ano anterior.
Por outro lado, as despesas com juros no mês foram de R$ 8,9 bilhões contra R$ 34 bilhões em maio de 2019, as quais podem ser explicadas pela queda da taxa básica de juros, Selic assim como pelo índice oficial de inflação, o IPCA, dos quais são indexadores da dívida pública.
Assim, o resultado nominal que soma o resultado primário mais as despesas com juros foi um déficit de R$ 140,4 bilhões. Para concluir, a dívida bruta do setor público chegou a R$ 5,929 trilhões, o qual corresponde a 81,9% do PIB, ante 79,8% observados em abril.
Por fim, foram divulgados para a economia brasileira os dados do desemprego, pelo Caged juntamente com o IBGE. Da primeira divulgação, que mensura o resultado líquido entre admissões e demissões, em maio houve retração em 331.901 postos de trabalho. Em síntese, pôde-se verificar a retração nas admissões no mês, com queda de 48% na comparação interanual; já na comparação mensal, houve aumento de 14% das admissões, em especial no setor de construção.
Logo depois, foi observado que a taxa de desocupação, medida pela PNAD (IBGE) passou de 11,6% no trimestre entre dezembro e fevereiro para 12,9% no trimestre encerrado em maio deste ano. Em outras palavras, o nível de ocupação atingiu 49,5%, ou seja, 5 pontos percentuais abaixo do trimestre anterior, o que nos traz os efeitos negativos da pandemia no mercado de trabalho.
Mercado Financeiro
O índice Ibovespa fechou a semana em alta de 3,12% aos 96.764 pontos, ainda que durante a semana o índice quase atingiu os 98 mil pontos. Todavia, o resultado da semana foi justificado pelas expectativas positivas para a atividade econômica.
Neste cenário, o dólar comercial apresentou desvalorização frente ao real, em 2,65%, fechando em R$ 5,3175 na compra e R$ 5,3205 na venda.
Internacional
Estados Unidos
Primeiramente os dados do PMI, índice de gerentes de compras da industria foi revisado para 49,8 pontos, o que representa a forte recuperação do setor frente os meses anteriores, os quais foram impactados com a paralisação das atividades.
Posteriormente, a divulgação do Payroll, o Relatório de Emprego, trouxe a criação de 4,8 milhões de vagas em junho, acima das expectativas que eram de 3 milhões. Como resultado, a taxa de desemprego no mês caiu para 11,1%.
China
Ainda sobre a recuperação econômica, o PMI industrial Chinês tem mantido a projeção positiva observada nos dois meses anteriores, chegando em junho aos 51,2 pontos, praticamente o mesmo observado em janeiro deste ano. Neste contexto, o PMI de serviços foi de 58,4 pontos, ante a leitura de 55 pontos, o que também traz o sinal positivo da retomada econômica no país.
Europa
Por fim, um dos primeiros dados econômicos divulgados na semana para os países da Zona do Euro foi o Índice de Confiança de Empresas e Consumidores, que busca medir o desempenho da industria, de serviços, consumo, varejo e da construção, o qual aumentou para 75,7 pontos em junho, ante a leitura de 67,5 pontos no mês anterior. Em síntese, o resultado indica que a direção do desempenho econômico tem sido positiva.
De maneira idêntica, o PMI industrial de junho foi revisado para os 47,4 pontos, o que representa a segunda alta consecutiva após o período de isolamento adotado nos países europeus. Neste contexto, apesar do dado estar abaixo dos 50 pontos, o que representa contração no setor, o valor já esta próximo ao que foi observado em fevereiro, de 49,2 pontos.
Neste ínterim, a Taxa de Desemprego na zona do euro foi de 7,4% em maio, abaixo das expectativas do mercado, que era de 7,7% e levemente acima ao observado em abril, justificado pelo atraso da reabertura dos negócios no mês.
Conclusão
A semana fecha em tom positivo após os dados econômicos divulgados mostrarem a rápida recuperação dos países que foram impactados pela pandemia no primeiro trimestre do ano.
Analogamente, os dados da inflação para o Brasil mostraram que as atividades seguem em ritmo moderado, contando com expectativas de aumento da produção para os próximos meses.
Enfim, para a próxima semana teremos a divulgação do IPCA, índice oficial de inflação do país, assim como as vendas no varejo, dos quais poderemos mensurar pelo lado da demanda o ritmo de consumo das famílias e por fim a efetividade da retomada econômica.