A mola no fundo do poço condiz com o resultado dessa semana no mercado financeiro, em que o índice do mercado de capitais brasileiro fechou pela segunda semana consecutiva em alta, após uma significativa queda, justificada pela pandemia que afetou duramente a atividade econômica.
O resumo econômico da semana contempla os dados do IBC-Br de fevereiro e de confiança de consumidores e empresários para a economia brasileira. No âmbito internacional, os dados já mostram os impactos da pandemia no primeiro trimestre do ano nas duas maiores economias do mundo.
Brasil
IBC-br: Comumente conhecido como a prévia do PIB, o dado de fevereiro apresentou aumento de 0,35% ante o mês anterior, na série com ajuste sazonal. No resultado interanual, o crescimento foi de 0,60% na série sem ajuste, sendo um dos melhores resultados para o mês nos últimos anos.
Sondagem de Confiança: Os dados coletados entre 01/04 e 13/04 de 2020 sinalizam fortes quedas nos índices de confiança tanto para o mês atual quanto para os próximos meses, como o Índice de Confiança Empresarial (ICE), que já pode ter um recuo de 27,6 pontos, para 53,7 pontos em abril, e o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) pode cair 22,1 pontos, aos 58,1 pontos.
Mercado Financeiro: Em contrapartida ao cenário econômico, o Índice Ibovespa fechou positivo, aos 78.990 pontos, alta de 1,68% na semana. Por outro lado, o dólar comercial teve alta de 2,85% na semana, com fechamento em R$ 5,2329 na compra e R$ 5,2359 na venda.
Entre os motivos que justificaram esse cenário, verificou-se tanto no âmbito internacional com o avanço de um medicamento contra o Covid-19 assim como no cenário interno, com as tensões entre executivo e legislativo que podem ter preocupado os investidores.
Internacional
Na economia americana, a divulgação dos dados da venda no varejo vieram abaixo da projeção do mercado, com queda de 8,7% em março ante o mês anterior, de acordo com Departamento do Comércio do país.
Já os dados semanais de pedidos de seguro-desemprego atingiram 5,25 milhões, visto que foi menor na comparação à semana anterior, quando atingiu 6,6 milhões.
Sobre a economia Chinesa, os dados divulgados por seu governo indicam os impactos da pandemia no ano, com queda no PIB do primeiro trimestre, de 9,9% ante o último trimestre do ano passado. Já nas vendas no varejo de março, houve queda de 15,8%, na comparação com o mesmo mês de 2019. No entanto, a produção industrial de março apresentou uma baixa queda, de 1,1% no interanual.
O que posso concluir
Não há dúvidas que a semana foi marcada pelos dados que mostraram os impactos da pandemia na economia. No Brasil, as expectativas dos agentes remetem-se à uma recuperação lenta da economia para este ano.
Ademais, no mercado internacional, os resultados indicam que a recuperação poderá ser lenta, dado que a China possui fortes relações internacionais e certamente veremos a desaceleração na economia mundial.
Em suma, no mercado financeiro a semana foi positiva, com alta nas principais bolsas do mundo; por outro lado, a preocupação dos investidores sobre a propagação da pandemia ainda continua, assim como as expectativas de recuperação da atividade econômica.