R$ 5,40!
Nesta semana, o dólar atingiu um novo patamar após declarações do presidente Lula sobre gastos públicos.
Os agentes do mercado financeiro estão claramente sensíveis a declarações políticas que envolvem os gastos públicos.
Este mercado é conhecido por antecipar eventos, o que nos lembra a frase do economista Milton Friedman:
Atualmente, as expectativas apontam para uma deterioração das contas do governo e resultados limitados de suas ações.
De acordo com os últimos dados do Prisma Fiscal, que coleta expectativas de mercado sob a gestão da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a projeção para o déficit primário de 2024 é de R$ 79,71 bilhões. Para 2025, o mercado financeiro revisou para cima a projeção de déficit, agora estimado em R$ 90,13 bilhões, ante R$ 87,46 bilhões.
Esse cenário contribui para o aumento dos prêmios de risco na curva de juros, ou seja, taxas maiores em investimentos de renda fixa.
Pode-se pensar que isso é positivo, afinal, juros mais altos significam maior retorno no futuro ao investir hoje. No entanto, a realidade não é tão simples.
Um dos efeitos do aumento dos gastos públicos é o potencial aumento da inflação. De acordo com o Boletim Focus desta semana, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 também aumentaram.
Portanto, enquanto juros altos podem ser atrativos para investidores, isso só é verdadeiro quando a inflação está controlada, o que não é o caso atualmente.
Resumo das divulgações econômicas
O Federal Reserve decidiu manter os juros americanos e sinalizou pelo menos um corte ainda este ano.
A repercussão dessa decisão foi positiva para as bolsas de Nova York, que alcançaram novas máximas históricas, impulsionadas pelas big techs, empresas que dependem de financiamento mais barato para expandir.
No Brasil, a inflação de maio surpreendeu ao ser mais elevada do que o esperado, reforçando a expectativa de que o Banco Central mantenha a Selic em sua próxima reunião.
Como reflexo desses eventos, o Ibovespa encerrou a última semana atingindo o seu menor patamar do ano.
Como investir no atual cenário econômico?
Sem dúvida, a diversificação é fundamental para proteger-se da volatilidade política no Brasil, das flutuações nos juros e da inflação.
É crucial diversificar entre diferentes classes de investimentos e, especialmente, geograficamente. Este ano, enquanto o Ibovespa, medido pelo EWZ, recua quase 22%, o S&P 500 avança 14%.
É importante ressaltar que os investimentos devem estar alinhados com o seu Perfil de Investidor, considerando seus objetivos de curto, médio e longo prazo, bem como sua tolerância ao risco.
Continuarei monitorando os desdobramentos da política brasileira e seus impactos na economia, assim como o próximo ciclo de cortes de juros na maior economia mundial para continuar dividindo com você!
Um abraço, Fernanda.