Como último panorama econômico do ano, inicio com uma breve retrospectiva de 2019: taxa de juros no menor patamar histórico, inflação abaixo da meta, câmbio depreciado, aumento do crédito, retomada do mercado de trabalho e da confiança de empresários e consumidores.
Diante deste cenário, a bolsa de valores teve seu protagonismo, com recordes do Ibovespa e do aumento do número de investidores no mercado de capitais, em especial nos fundos imobiliários.
Assim, a semana do natal de 2019 encerra com dados importante para os investidores, como o IGP-M do ano e a taxa de desemprego. No cenário externo, otimismo após o primeiro acordo comercial e melhora nos indicadores econômicos.
Brasil
As expectativas para o mercado no penúltimo Boletim Focus do ano continuam com alta tanto para a inflação, em 3,98% como para o PIB, com crescimento de 1,16% para 2019. Já as expectativas para o câmbio foram de apreciação, após expectativa de R$ 4,15 na semana passada, no boletim desta semana foi de R$ 4,10. Isso indica que a pressão sobre o câmbio pela queda da taxa de juros na última reunião do Copom assim como as questões externas parece ter sido amenizada.
Divulgado pela FGV o índice de confiança do Comércio (ICOM), que mede a percepção dos empresários em relação às vendas em que apresentou melhora de 0,3 ponto em dezembro, para 98,1 pontos, frente a uma redução do índice no mês anterior. Apesar da alta, o índice ainda não atingiu os 100 pontos, nível considerado neutro. Neste contexto, a continuidade da confiança do empresário tem dependido da retomada econômica mais consistente, em especial da confiança dos consumidores assim como da melhora da taxa de desemprego.
Outro índice de confiança divulgado foi o Índice de Confiança da Indústria (ICI), da FGV, que subiu 3,2 pontos em dezembro, chegando a 99,5 pontos, com aumento em 14 dos 19 segmentos industriais pesquisados no mês. Apesar da melhora da percepção dos empresários, este é um indicador correlacionado ao crescimento da demanda dos consumidores, a qual tem aumentado de forma gradual.
No âmbito dos preços para o consumidor, o IPC-S, índice de preços ao consumidor – Semanal, de 22 de dezembro, variou positivamente 0,86%, com 0,01 ponto percentual abaixo da última divulgação de 15 de dezembro. Entre os itens que apresentaram maior acréscimo nos preços foram alimentação, transporte e saúde e cuidados pessoais, com destaque para as carnes bovinas, em 18,7%. Dos principais itens que decresceram foram habitação e despesas diversas, na qual a tarifa de eletricidade passou de -0,17% para -0,49% e jogo lotérico, de 30,68% para 20,62%. Já o Índice Geral de Preços – Mercado, IGP-M, conhecida como a inflação do aluguel, de janeiro a dezembro foi de 7,30%, e de 2,09% somente em dezembro.
O principal item para o aumento do índice geral do mês foi alimentos, com avanço em 6,78%.
Por fim, foi divulgado a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD do trimestre encerrado em novembro pelo IBGE. O resultado foi de 11,2% da taxa de desocupação, sendo 0,7 p.p menor na comparação do trimestre anterior e 0,4 p.p. na comparação anual do mesmo período. O destaque foi o recorde de trabalhadores por conta própria, com aumento de 3,6% na comparação anual, chegando a 24 milhões de pessoas.
Mercado
O índice Ibovespa alcançou mais uma máxima histórica durante a semana, perto dos 118 mil pontos, contudo fechou o penúltimo pregão do ano em queda de 0,57%, aos 116 mil pontos. Apesar das notícias positivas no cenário brasileiro, como a melhora do índice de confiança e do mercado de trabalho, a queda na sexta-feira pode ter sido ocasionada pelo ajuste de posições dos investidores. Na semana, a alta do índice foi de 1,23% e no mês acumulou alta de 7,67%.
O dólar fechou aos R$ 4,049, com quedas de 0,28% na sexta-feira,1.09% na semana e 4,47% no mês. No ano, a moeda ainda apresenta apreciação de 4,55%.
O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários, IFIX termina a semana aos 3.169 pontos, em continuidade à alta observada durante todo ano, em 3,86%. No mês, o crescimento do índice tem sido de 9,83%. Uma das notícias do setor imobiliário foi o registro do aumento da competição entre os bancos para a concessão de crédito imobiliário, de acordo com o Banco Central; com o aumento da portabilidade entre bancos, acarreta em melhores taxas deste tipo de empréstimo. Somente no ano de 2019, a portabilidade do crédito imobiliário havia sido de R$ 610 milhões.
Internacional
O índice de Atividade Nacional divulgado pelo Federal Reserve de Chicago passou de -0,76 em outubro para 0,56 em novembro, o que indica uma melhora da atividade econômica nos Estados Unidos. Ainda sobre a economia americana, os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram 13 mil, para 222 mil no dado sazonal, de acordo com o departamento de trabalho.
Na China, o lucro industrial cresceu 5,4% em novembro na comparação ao mesmo mês do ano anterior, ante queda anual de outubro, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas do país. No acumulado do ano, o recuo é de 2,1% na comparação com 2018, com crescimento das companhias privadas de 6,5% e queda das estatais, de 11,2%.
Conclusão
Terminamos 2019 com um crescimento abaixo das expectativas do início do ano, contudo, observamos uma melhora, ainda que gradual, nos indicadores econômicos. A semana encerra com o penúltimo pregão do ano, seguido de sucessivos recordes e ajustes nas posições dos investidores.
Assim, 2019 encerra com a melhora dos principais indicadores econômicos e 2020 inicia com boas perspectivas de crescimento da economia brasileira, indicando o fim da recuperação pós-recessão e o início de um novo ciclo econômico.
Feliz 2020 e bons investimentos!