Brasil
- Monitor do PIB: retração de 8,7% para o PIB brasileiro do 2º trimestre
- Industria: Crescimento do Índice de Confiança (ICI) para 98,2 pontos
- Inflação: Segunda prévia de agosto apresenta alta de 2,34%
- Mercado de Trabalho: saldo líquido de empregos formais de julho teve o saldo positivo em 131 mil
Internacional
- ATA do FOMC: Preocupações com a velocidade da retomada das atividades econômicas
- PMI americano: mantém o ritmo positivo de recuperação dos setores de serviço e indústria
- Taxa de juros China: Taxa básica de juros mantida
- PMI da Zona do Euro: possível desaceleração pelo lado da demanda no mês de agosto
Fernanda Mansano – Economista
Brasil
Retração de 8,7% para o PIB brasileiro do 2º trimestre de 2020
A atividade econômica brasileira foi severamente impactada pela pandemia do COVID-19, em especial no mês de abril, ápice do isolamento social e paralisação das atividades em praticamente todos os setores econômicos. Neste contexto, o Monitor do PIB divulgado pela FGV, aponta retração de 8,7% para o PIB do 2º trimestre ante o 1º trimestre ano, no qual, pela ótica da oferta, foi influenciado pela significativa queda na industria, em 12,8% e nos serviços, recuo de 8,4%. Do lado da demanda, houve queda em praticamente todos os componentes, exceto as exportações, que cresceram 1,3%.
Neste contexto, os efeitos da pandemia na economia podem ser verificados na comparação com o mesmo período do ano passado, em que abril houve queda de 12,3% e em junho a retração foi praticamente a metade, em 6,5%. Em outras palavras, o resultado positivo foi a rápida recuperação observada nos meses de maio e junho, com crescimento de 4,2%.
Desta forma, o resultado aponta que, de modo geral, a economia tem passado por uma recuperação inicial, ainda que a demanda das famílias tem adotado uma postura de cautela, em relação ao consumo. Contudo, poderá ser verificada no terceiro trimestre o aumento do consumo e este seguirá em uma fase de crescimento – mais gradual, no ultimo trimestre do ano.
Crescimento do Índice de Confiança (ICI) para 98,2 pontos
Divulgada a prévia da Sondagem da Industria para agosto pela FGV, em que indica o crescimento do Índice de Confiança (ICI) para 98,2 pontos, o qual, caso seja confirmado, estará 0,7 ponto acima do observado em março e recuperado cerca de 93% do período entre março e abril.
Esse resultado advém da melhora das expectativas dos empresários tanto do cenário atual quanto para os próximos meses. Além disso, a prévia indica o crescimento de 3,1 pontos percentuais do NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria) para 75,5%, o qual, se confirmado, estará 0,1 ponto percentual do observado em março deste ano.
2ª prévia de agosto do IGP-M apresenta alta de 2,34%
Na segunda prévia de agosto divulgada pela FGV, o Índice Geral de Preços – Mercado, apresentou alta de 2,34% na comparação ao mesmo período do mês anterior, o que em 12 meses acumula alta de 12,58%. Neste contexto, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do índice geral, subiu 3,15%,
Dentre as principais justificativas da alta do IPA, pode-se observar a alta no preço das commodities, dentre elas o minério de ferro, em 9,24%. Neste cenário, entre os fundamentos que justificam seu nível de preço, pode-se verificar a demanda aquecida, em especial da China, que tem realizado seus estímulos econômicos por meio de projetos infraestrutra.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), teve variação de 0,41% no segundo decênio de agosto, ante variação de 0,49% em julho. Entre os grupos que o compõe, quatro de oito classes registraram decréscimo em suas taxas, em especial o grupo de Educação, que passou de 0,54% para -0,73% em agosto. Os dados corroboram a retomada de um dos setores mais afetado pela pandemia, que foi o de serviços.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu em 0,96% no período da segunda prévia de agosto, ante o observado em 0,64% no mês anterior, no qual todos os componentes tiveram alta, Materiais e Equipamentos, 1,49%), Serviços em 0,22% e Mão de Obra para 0,73%.
Saldo líquido de empregos formais de julho foi positivo em 131 mil
Divulgado pelo CAGED, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o saldo líquido de empregos formais de julho teve o saldo positivo em 131 mil novos postos de trabalho. Neste cenário, houve 1.043.650 admissões e 912.640 demissões no período. Dentre os setores, a industria gerou 53.590 empregos formais no mês, seguido do setor de construção, com 41.986 novos empregos.
Internacional
Preocupações com a velocidade da retomada das atividades econômicas
Entre as mais esperadas divulgações da semana, a Ata do FOMC, comitê do Banco Central americano (FED) trouxe as justificativas para a decisão de manutenção da taxa de juros americana na última reunião. No documento, a autoridade monetária mostrou que há preocupações com a velocidade da retomada econômica devido o aparecimento de novos casos de Covid-19 no país. Neste contexto, na ATA foram citadas as preocupações com o nível de endividamento das empresas não financeiras e os riscos de insolvência que poderiam impactar a estabilidade financeira do país. Pode-se concluir que a manutenção de uma política monetária expansionista, ou seja, de juros baixos, deverá ser mantida ainda no médio prazo.
Corroborando as preocupações do FED, a divulgação semanal dos Pedidos iniciais de seguro-desemprego aumentaram para 1,1 milhão, acima das expectativas que eram de queda para 925 mil. Este resultado condiz à uma retomada ainda moderada das atividades das empresas, das quais ainda têm sido influenciadas pelos novos casos de Covid-19 no país.
PMI mantém o ritmo positivo de recuperação dos setores de serviço e indústria
Ainda sobre a economia americana, na sexta-feira, foi divulgado o PMI de serviços e da industria dos EUA que apresentou a seguinte leitura: 54,8 e 53,6 pontos, respectivamente. O resultado indica um ritmo positivo de recuperação desses setores, justificado pela melhora do resultado na comparação aos meses anteriores assim como ambos estarem acima das projeções do mercado. Em outras palavras, as expectativas futuras da economia, das quais estão correlacionadas ao controle da pandemia no país, seguem positivas.
Taxa básica de juros da China é mantida
O Banco do Povo da China decidiu manter a Taxa básica de juros para agosto, em 3,85% sobre a taxa primária de empréstimo de um ano (LPR), Neste cenário, no início da semana o Banco Central chinês manteve em 2,95% os juros sobre 700 bilhões de iuanes em empréstimos com o objetivo de aumentar a liquidez do mercado.
PMI da Zona do Euro indica possível desaceleração pelo lado da demanda no mês de agosto
Os dados do PMI para a Zona do Euro foram de 50,1 e 51,7 pontos para serviços e industria, respectivamente, abaixo das expectativas do mercado, das quais se basearam nos resultados dos meses anteriores. Por um lado, pode-se concluir que o ritmo da atividade nesses setores segue em ritmo moderado, por outro lado, valores acima de 50 pontos sugerem expansão dos setores. Em outras palavras, o resultado para a zona do Euro indica uma possível desaceleração pelo lado da demanda no mês de agosto, justificado por novos casos do Covid-19 em determinados países, afetando especialmente o setor de serviços.
Indicadores econômicos para acompanhar esta semana
Segunda-feira: Confiança do Consumidor (Brasil)
Terça-feira: Transações correntes e Investimento Estrangeiro Direto (Brasil); Confiança do Consumidor (EUA); IPCA-15 (Brasil)
Quinta-feira: Pedidos iniciais de seguro-desemprego; acontece também o Simpósio de Jackson Hole
Sexta-feira: Confiança do consumidor e da industria (Zona do Euro); Taxa de Desemprego (Brasil)