No cenário macro, a agenda econômica desta semana semana trará informações importantes para os próximos passos da política monetária, tanto como do Brasil quanto dos EUA.
Os dados do mercado de trabalho americano, Payroll e o IPCA, indicador oficial de inflação da economia brasileira, em que ambos os dados deverão influenciar a próxima decisão de política monetária do Fed, o Federal Reserve e do Banco Central brasileiro.
A expectativa para o mercado de trabalho americano é a continuação da trajetória positiva em junho, porém com resultado abaixo do mês anterior, quando foram registrados 390 mil novas vagas. Assim, a expectativa para a taxa de desemprego é que se mantenha em 3,6%, patamar próximo ao nível pré-pandemia, quando foi de 3,5%.
Neste cenário, com a política monetária visando o combate à inflação mas também a sustentação do emprego na economia americana, vejo que o resultado melhor que o esperado corrobora para o aumento de 75 pontos-base nas taxas Fed Funds (títulos federais), alcançando 2,25% – 2,50% para a faixa-alvo.
Política monetária e a recessão nos EUA
O tema recessão segue no radar dos investidores, explicado por um lado pela inflação e por outro pelo patamar da taxa de juros, que possivelmente contribuirá para o desaquecimento da maior economia do mundo neste segundo semestre.
Uma questão para confirmar ou não a entrada do país na recessão no próximo ano: qual será magnitude da desaceleração das atividades econômicas nos próximos meses?
A economia desaquecendo afetará negativamente o mercado de trabalho e consequentemente o ritmo do ciclo de alta dos juros no país. Em outras palavras, na minha visão os dados econômicos dos próximos dois meses confirmarão ou não o ciclo de contração da economia, e se positivo, deveremos observar altas de menor magnitude ou manutenção dos juros nas próximas reuniões do Fed até o fim deste ano.
Inflação no Brasil e a taxa terminal da Selic
Por aqui a expectativa do mercado é que o IPCA de junho apresente uma alta 0,70%, uma aceleração até que considerável na comparação do resultado de maio, quando foi de 0,47%.
Por um lado, o resultado deverá refletir um mês que contou com a economia sustentada pela demanda aquecida de bens e serviços e por outro com a consecutiva desaceleração dos preços dos alimentos.
Deste modo, ao desconsiderar os itens mais voláteis da cesta de inflação ao consumidor, como alimentos e combustíveis, deveremos observar núcleos e o indicador de difusão ainda pressionados, contribuindo para que o Copom, comitê de politica monetária do Banco Central, continue no ciclo de alta da taxa básica de juros, Selic, na próxima reunião.
Cenário macroeconômico X bolsa de valores
Por fim, espera-se que o cenário macro continue ditando a dinâmica da bolsa de valores nesta semana. Ambos os dados, que julgo os mais importantes, serão fundamentais para sabermos como os bancos centrais irão conduzir a política monetária no combate à inflação, refletindo na dinâmica dos investimentos, da renda fixa à variável, como os títulos públicos e privados, fundos, ações e derivativos.