Bye bye Julho
O mês de julho termina com dados positivos no mercado de capitais, com os índices acionários fechando em alta justificados pela melhora dos indicadores e das expectativas futuras para a economia.
Neste ínterim, as principais divulgações econômicas para o Brasil estiveram no âmbito do mercado de trabalho, inflação e contas externas. No cenário internacional, houveram divulgações para o PIB do segundo trimestre e decisão da taxa de juros americana.
Brasil
Desemprego: Os dados do mercado de trabalho formal para junho foram de 895.460 contrações e 906.400 demissões, sendo a diferença um saldo negativo de 10.984 no mês, de acordo com o Caged.
Apesar do resultado negativo, ou seja, mais demissões que admissões no período, na comparação aos meses anteriores houve uma melhora significativa, ao ponto que em maio o resultado foi de 350 mil demissões.
Entre os setores, o principal impacto foi no de Serviços, com fechamento de 44.891 vagas; por outro lado, agricultura e construção apresentaram aumento no número de vagas formais, em 36 e 17 mil, respectivamente.
IGP-M: No Índice Geral de Preços – Mercado, divulgado pela FGV, houve amento de 2,23% em julho ante junho, acumulando no ano 6,71% e em 12 meses 9,27%. Entre as justificativas do aumento, o IPA (índice de preço ao produtor amplo) o qual tem um peso de 60% no índice geral, subiu 3% em julho, puxado pelo aumento do preço das commodities.
Contas Externas: Em mais um mês o saldo da conta de transações correntes foi superavitário, em US$ 2,2 bilhões em junho, de acordo com o Banco Central. Para este resultado, pode-se verificar a continuidade da queda na conta de serviços, na qual pode-se verificar a redução nas despesas de viagens internacionais, afetadas pela pandemia. Por outro lado, a balança comercial manteve o superávit comercial, ou seja, houveram mais exportações que importações.
Índice Nacional de Custo da Construção: O INCC teve variação positiva de 0,84% em julho no comparativo mensal, com alta nos dois itens que o compõe: Materiais, equipamentos e serviços em 0,75% e mão de obra em 0,92%. Entre as capitais, Salvador apresentou a maior alta no indicador, em 0,44%.
Mercado
Em mais uma semana o Ibovespa praticamente manteve o patamar do fechamento da sexta-feira anterior, fechando em 102.912 pontos, ou seja, a segunda semana consecutiva neste patamar. Para este resultado, as divulgações econômicas durante a semana, referente aos dados do segundo trimestre, trouxeram o forte impacto da pandemia na economia além das tensões comerciais entre EUA e China.
Por outro lado, pelo terceiro mês consecutivo, índice teve alta de 8,26%, em que verificamos as notícias do avanço de uma vacina, assim como os dados positivos do PMI para China e Zona do Euro. Já no ambiente nacional, assistimos a entrega da proposta para a reforma tributária no congresso.
Câmbio
Na divisa americana, o dólar comercial se manteve estável durante a semana e no mês houve valorização do real frente ao dólar de 4,09%. Dessa forma, o câmbio fechou na sexta-feira aos R$ 5,2155 na compra e R$ 5,2185 na venda.
Internacional
Estados Unidos
O Banco Central americano, FED, decidiu manter a taxa básica de juros na banda entre 0% e 0,25%, dando a continuidade da política monetária expansionista. Além disso, a autoridade monetária sinalizou que a política de juros baixos deverá ser mantida até que a retomada da economia americana seja consistente.
Ainda durante a semana foi divulgado o PIB do segundo trimestre, período o qual a economia americana foi severamente impactada pela pandemia. Neste ínterim, o recuo no produto interno bruto foi de 32,9% na comparação anual. Para este resultado, o setor de serviços, que foi um dos setores mais atingido no país e tem um significativo peso no indicador, contribuiu significativamente para o resultado do segundo trimestre na atividade econômica do país.
Por fim, o Índice de Confiança do Consumidor que busca prever os gastos do consumidor, teve uma leitura de 92,6 pontos em julho, menor que o mês passado, o que sinaliza que a retomada da confiança das famílias segue em ritmo moderado.
Europa
O PIB da zona do Euro recuou 12,1% no segundo trimestre deste ano, sendo a segunda queda consecutiva de acordo com a Eurostat, o que significa que o bloco entrou em recessão técnica. Neste contexto, na comparação ao mesmo trimestre do ano anterior, a queda foi de 15%. Entre os países do bloco, pode verificar a maior queda na Espanha, em 18,5%, seguida de Portugal, França e Itália.
Conclusão
Julho se encerra e a recuperação do mercado acionário tem se sustentado, fechando mais um mês em alta. Na economia, a reabertura das atividades econômicas tem seguido em ritmo moderado, com a melhora nos indicadores, em especial no mercado de trabalho no âmbito nacional.
Por outro lado, os dados da atividade econômica medida pelo PIB para segundo trimestre para a Zona do Euro e EUA, mostraram o forte impacto da pandemia na economia, o que justifica a manutenção da política monetária expansionista com a manutenção dos juros baixos.
Bye bye Julho e bem vindo Agosto!