A semana foi marcada por volatilidade nos mercados acionários, por um lado pelo discurso do presidente do Banco Central americano, o qual trouxe as dificuldades que o país poderá enfrentar no período de recuperação pós-pandemia e por outro pelo temor de uma segunda onda do coronavírus.
Brasil
Entre os indicadores econômicos divulgados, o IPCA foi de -0,38% em maio ante abril, quando também apresentou deflação, sendo o maior impacto para este resultado o item Transportes, com queda nos preços de 1,90%. De antemão, o resultado indica ainda os efeitos do isolamento social.
Juntamente com os dados da inflação oficial, foi divulgado o IGP-M, o qual mensura o peso do atacado nos preços, em que apresentou aumento de 1,36% na primeira prévia de junho, justificado por uma alta nos preços de combustíveis e lubrificantes para a produção, de 4,35%, ante uma queda de 13,77% observada no mesmo período do mês anterior.
No âmbito da produção, o resultado em abril foi negativo em 13 das 15 regiões, sendo a maior queda em Amazonas, de -46,5%. Por outro lado, os resultados positivos vieram do Pará e de Goiás.
Mercado
Após semanas consecutivas de alta no índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, a semana fecha em queda de 1,95%, aos 92.795,27 pontos.
Nesse ínterim, pode-se verificar que a semana foi de alta volatilidade nos mercados após o discurso do presidente do Banco Central americano assim como de temores de uma possível segunda onda do coronavírus.
Ao mesmo tempo, a moeda americana valorizou em 1,16% sobre o real na semana, fechando aos R$ 5,0436 na compra e R$ 5,0454 na venda.
Internacional
Estados Unidos: Banco Central americano, FED, decidiu por manter entre 0% e 0,25% a taxa de juros, após o corte de 1 ponto percentual na última reunião extraordinária.
Neste meio tempo, o discurso do presidente do FED trouxe preocupações sobre a retomada da economia americana, o que ocasionou volatilidade no mercado acionário no dia posterior da decisão.
Apesar disso, os dados semanais de pedido de seguro-desemprego atingiram 1,54 milhão, o que representa um recuo na comparação à semana anterior.
China: Os dados do Índice de Preço ao Consumidor assim com ao Produtor da China de maio vieram abaixo das expectativas do mercado, o que na comparação anual foi de alta 2,4% e de retração de 3,7%, respectivamente.
Em suma, o resultado indica que o consumo das famílias ainda não retornou nos patamares antes da pandemia assim como houve um forte impacto negativo na cadeia de produção, em especial na industria.
Europa: O Produto Interno Bruto do primeiro trimestre da zona do Euro apresentou retração de 3,1% na comparação anual. Do mesmo modo, a produção industrial apresentou queda em abril de 17,1% na comparação mensal e de 28% na comparação anual de acordo com a Eurostat. Em suma, apesar da queda ter sido menor que a expectativa dos analistas, esta foi uma das maiores para o mês na série histórica.
Conclusão
Dessa forma, a semana foi marcada por alta volatilidade nos mercados frente as incertezas sobre a retomada das economias após a pandemia. Todavia, determinados setores ja voltaram as atividades, porém, do lado da demanda observa-se o baixo consumo de bens e serviços.
Por fim, verifica-se que a inflação deste ano no Brasil deverá ser abaixo da meta estabelecida, o que pode indicar que na próxima reunião do Banco Central sobre a taxa básica de juros, a qual ocorrerá na semana que vem, será decidido por mais um corte da Selic.