Antes de mais nada, Taxa de Juros é o preço do dinheiro e nesta semana tivemos mais uma decisão do Banco Central sobre a Selic, o qual decidiu pelo corte de 0,75 ponto percentual, passando para 2,25% ao ano. Para entender um pouco sobre o corte da Selic nos investimentos, explico um pouco neste artigo.
Investidores aplicam seu patrimônio em determinados ativos na esperança de obter um retorno futuro, seja este mensal, trimestral, anual; em ações, debêntures, fundos, imóveis, negócio próprio, enfim, na teoria parte-se do pressuposto de que as pessoas abrem mão de um consumo presente, para obter rendimentos financeiros no futuro.
Investidores
A taxa de juros esta diretamente relacionada a decisão dos investidores. Estes avaliam o preço presente em comparação ao preço futuro e, caso decidam pelo futuro, taxas de juros menores os condicionam a investimentos com maior risco, como os de renda renda variável, já que os investimentos atrelados ao benchmark do CDI estarão com rendimentos menores.
Empresas
Para as empresas, voltamos à primeira linha deste artigo: Taxa de juros é o preço do dinheiro, logo a compra de máquinas, equipamentos, construção de uma nova fábrica, contratação de trabalhadores, crédito, estarão mais baratos! Quero dizer de forma bem simples, que o custo do capital para as empresas com a taxa de juros menor diminui.
Neste caso, a empresa que também faz seu investimento pensando no retorno futuro, irá avaliar se o risco em investir valerá a pena, ou seja, as empresas utilizam a taxa de juros livre de risco, a conhecida taxa Selic, em suas decisões de investimento. Quanto menor a taxa de juros, maior a possibilidade de ocorrerem os investimentos.
Governo
Ah, o governo! Bem, antes de tudo, o governo utiliza duas ferramentas para a arrecadação de dinheiro aos cofres públicos: impostos e títulos públicos! E claro, em um mercado de Shylock(s) e não de Antonio(s)*, o governo se compromete no final do período a pagar o principal mais os juros para aqueles que emprestam dinheiro a ele, através da compra dos títulos públicos, e este juros é a própria taxa básica de juros, a Selic.
Assim, em um raciocínio rápido e simples, quanto menor a taxa de juros menor o custo do empréstimo para o governo e claro, da rolagem da divida que já existe. A consequência é que a ascensão da dívida perde força, porém maiores são as possibilidades do nosso governo gastar mais, e, se não houver escapatória do “mais, que seja mais e melhor!
*O mercador de Veneza, Shakespeare.