A semana no mercado financeiro foi marcada pela divulgação de dados da atividade econômica de março e já mostra os impactos econômicos da pandemia.
No mercado de capitais a semana foi positiva. Entre as influências, foi observada a desaceleração do número de novos casos na Ásia e Europa, assim como a continuidade dos estímulos econômicos.
Brasil
Não há dúvidas que observaríamos os impactos do Covid-19 na atividade econômica quando os dados de março fossem divulgados, contudo, é importante vermos como estava a economia até fevereiro deste ano, e neste contexto, na semana foram divulgados os dados da industria, que apresentou crescimento de 0,5% no mês, sendo que 11 entre 15 estados pesquisados a produção aumentou, assim como das vendas do varejo, com crescimento de 1,2% no volume de vendas em relação ao mês anterior, acumulando no ano alta de 3,0% de acordo com o IBGE.
Por outro lado, os dados de março já mostraram o forte impacto da pandemia na economia brasileira. Os dados do setor automotivo, o qual corresponde a 22% do PIB industrial do país, apresentou queda na produção, de 7% na comparação ao mês anterior e de 21% no interanual, de acordo com a Anfavea. Entre os motivos, está a paralisação das montadoras no final do mês assim como a queda significativa na venda de veículos novos, de 18% em março ante o mês anterior.
Outro sinal do impacto negativo da pandemia no país foi observado pelo dado da Inflação oficial do país. O IPCA apresentou uma leve variação em março, em 0,07%, acumulando alta de 3,3% em 12 meses. Este resultado foi influenciado pelo grupo de alimentos e bebidas, com alta de 1,13%. Contudo, foi observada a demanda por itens de consumo domiciliar, o que indica que o consumo fora de casa foi substituído.
Mercado Financeiro
A semana foi positiva no mercado de capitais, onde observamos que o índice Ibovespa fechou em alta de 11,71%. Neste cenário, até então otimista para o mercado financeiro, o dólar comercial fechou em queda de 4,42% na semana, aos R$ 5,088 na compra e R$ 5,090 na venda.
Internacional
Durante a semana as principais notícias vieram da economia americana: primeiro a divulgação da ATA do Banco central, FED, a qual trouxe um certo alívio para as expectativas dos agentes para o futuro da economia, onde pretende manter a atual taxa de juros assim como a preocupação enquanto forem observados os efeitos negativos da pandemia no mercado de trabalho e na estabilidade de preços.
Por fim, entre as notícias mais esperadas na semana foi a da reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+). O objetivo era chegar a um acordo para o corte da produção frente a baixa demanda assim como aos preços relacionados aos ativos da commoditie.
Por fim, a partir dos dados observados de março para o Brasil, pode-se concluir que houve uma forte desaceleração da atividade econômica no país. Assim, observa-se a atuação de governos para a redução dos impactos econômicos do Covid-19 na economia. Continuamos observando novas medidas do governo assim como pela condução da política monetária, ainda estimulativa, com juros baixos e aumento da liquidez no sistema financeiro.
Fernanda Mansano é economista e fundadora do
