A semana foi de dados positivos para a economia brasileira, com a sinalização de crescimento econômico mais consistente para o próximo ano. O destaque da semana foi a divulgação da criação de vagas de emprego com carteira assinada pelo Caged, o qual veio acima das expectativas do mercado.
Além disso, dados relacionados à expectativa de investimento na economia brasileira foram positivos, como o Credit Default Swap, CDS, e o Índice de Confiança do Empresário Industrial, ICEI, o que indica maior investimento estrangeiro para o país assim como crescimento da industria. Neste cenário, o Relatório de Inflação de dezembro divulgado pelo Banco Central, confirma a retomada do processo de recuperação econômica nos três setores da economia, em especial a industria.
No setor externo, a semana iniciou positiva para o comércio internacional após a divulgação do primeiro acordo comercial entre as duas maiores economias, EUA e China, o que favorece o comércio entre esses dois países assim como também com o Brasil.
Brasil
A semana inicia com a divulgação do Boletim Focus pelo Banco Central, e as expectativas para a inflação em 2019 assim como para o PIB tiveram uma leve alta, para 3,86% e 1,12%, respectivamente, sendo a sexta semana de alta para a inflação e a segunda para o PIB. Câmbio manteve-se em R$ 4,15 e para a Selic, não teve expectativas dada a divulgação da taxa na última reunião do ano. Para 2020, as expectativas para a inflação é que fique dentro da meta estipulada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), em 4,00%.
Ainda na segunda-feira, foi divulgado o CDS (Credit Default Swap), indicador que mede o risco país, ou seja, a probabilidade de um país em não honrar com suas dívidas no mercado financeiro nos próximos cinco anos. O CDS chegou aos 100 pontos no fim da tarde, o que, em termos comparativos, quando o país tinha grau de investimento em 2010, esse número estava em torno de 97 pontos. Apesar da classificação atual do país em relação ao risco, quanto menor a pontuação do CDS, maior é a confiança dos investidores internacionais.
Na terça-feira foi divulgada a ATA do Copom, pelo Banco Central, em referência à 227º reunião que ocorreu na semana passada e que, por unanimidade, decidiu pela redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 4,5% a.a. No documento, o comitê relata que a recuperação econômica do país tem sido sustentável, em sua palavras “ganhou tração” e acredita que o crescimento continuará, mesmo que gradual. O comitê sinalizou cautela na condução da política monetária, o que pode indicar um corte de menor magnitude ou na manutenção da taxa de juros nas próximas reuniões.
No cenário dos preços doméstico, o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) conhecido como a “inflação do aluguel”, apresentou uma significativa alta no segundo decênio de dezembro, para 2,06%. O índice que considera o preço ao produtor, ao consumidor assim como também o custo de construção, foi puxado pelo preço da carne bovina, com aumento de 22,01% no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), este com peso de 60% no Índice geral.
No setor industrial, o Índice de Confiança do Empresário Industrial – ICEI, aumentou para 64,3 pontos em dezembro, o maior patamar desde 2010, de acordo com a CNI. Além disso, no estudo divulgado pela própria Confederação, 84% das grandes empresas irão realizar investimentos em 2020, com melhoras no processo produtivo e aumento na capacidade da linha produtiva.
O Ministério da Economia divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com o saldo liquido de empregos com com carteira assinada de 99.232, em que 3 de 8 atividades econômicas apresentaram crescimento: comércio, serviços e serviços industriais de utilidade pública. Por região, o sudeste foi responsável pela criação de 51.060 vagas, com destaque para o estado de São Paulo.
Por fim, o Relatório de Inflação de dezembro divulgado pelo Banco Central confirma a retomada do processo de recuperação econômica nos três setores da economia, com destaque para a industria, nos setores extrativo e da construção civil, este que tem apresentado significativo crescimento nos últimos trimestres. De acordo com o relatório, a expetativa do PIB em 2020 será de crescimento de 2,2%.
Mercado
O índice Ibovespa fechou a semana na máxima, aos 115.121 pontos, alta de 2,3%. O resultado adveio dos dados positivos da economia brasileira, em especial da criação de empregos divulgado Caged, o qual apresentou o dobro de vagas em relação à expectativa do mercado. O dólar fechou em R$ 4,094, com queda de 0,33% na semana.
Internacional
As notícias internacionais começaram a semana em cenário positivo após o anúncio de um primeiro acordo entre EUA e China, na ultima sexta-feira, 13. Na China, os dados da produção industrial cresceram acima do esperado em novembro, em 6,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS). Em outubro, também houve crescimento na comparação à 2018, o que indica a retomada da atividade no país. Vendas no varejo, construção e vendas de imóveis também apresentaram crescimento, o que, conjuntamente mostram uma possível recuperação econômica no país.
Nos EUA, foi divulgado o PIB do terceiro trimestre, com crescimento 2,1% a taxa anualizada, de acordo com o Departamento do Comércio. O resultado veio de acordo com as expectativas do mercado e o consumo, item com maior peso no indicador, foi o que apresentou maior avanço para o resultado.
Na zona do euro, a inflação do bloco formado por 19 países foi de 1% em novembro na relação ao mesmo mês do ano anterior, puxada pelo aumento dos preços dos alimentos processados.
No Japão, o Banco do Japão (BoJ) manteve a taxa de depósito de curto prazo em -0,1% e a dos títulos federais de dez anos em torno de zero. A decisão leva em conta tanto o cenário externo em que considera que os riscos diminuíram, como o interno, o qual ainda demonstra preocupação para a atividade econômica.
Conclusão
A semana foi marcada por um cenário positivo para a economia brasileira, o que indica que o crescimento econômico tem retomado sua trajetória ascendente para os próximos anos. O cenário externo tem apresentado estabilidade, em especial das maiores economias, o que favorece economias emergentes como a do Brasil.
Neste contexto, a conclusão dos dados da semana para a economia brasileira é a retomada das expectativas positivas, o que favorece os investimentos no país, o aumento da produção e a geração de empregos.