O Banco Central do Brasil decidiu pelo corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) na taxa básica de juros, a Selic, que chegou a 10,50% ao ano. A decisão foi dividida entre os oito diretores do Copom, o comitê de política monetária, com quatro votos a favor do corte de 0,50 p.p. e cinco votos pelo corte de 0,25 p.p., sendo este último considerando também o voto do presidente da autarquia.
Ainda sobre o comunicado, o Copom não antecipou o que fará nas próximas reuniões, justificado pelas conjunturas doméstica e internacional que devem se manter incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária do Banco Central.
Olhando para frente, minha avaliação é que teremos um banco central mais “dovish”, termo utilizado no mercado financeiro quando um banco central está disposto a assumir mais riscos, ou seja, reduzindo rapidamente a taxa de juros. Essa postura deverá se concretizar assim que o atual presidente e alguns diretores da autarquia forem substituídos, fato que será verificado a partir do primeiro trimestre do ano que vem.
Dos impactos que o mercado financeiro antecipou, observamos a queda no índice Ibovespa, alta nos juros futuros e desvalorização cambial.
O cenário deverá seguir com aumento de volatilidade nos ativos conforme as próximas reuniões do Copom ocorrerem com divisão de opiniões dos diretores sobre o futuro da Selic, intensificada pelo cenário de manutenção dos juros americanos e desancoragem das expectativas de inflação brasileira.